As
alergias caracterizam-se por uma hipersensibilidade do sistema imunitário da
pessoa em resposta a uma substância que usualmente não causa qualquer problema
à maioria dos seres humanos. Nas situações de alergia o organismo desenvolve
uma resposta imunitária desadequada perante um alergénio, que é considerado
como um “invasor”, semelhante à resposta que ocorreria perante um vírus, como
por exemplo, o vírus da constipação.
De
acordo com dados da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica,
as alergias afectam mais de 150 milhões de europeus e dentro de 10 anos,
poderão atingir mais de metade da população europeia. Em Portugal, a Associação
Portuguesa de Asmáticos indica que cerca de 20% da população nacional apresenta
doenças alérgicas.
Apesar
de a maioria das alergias se manifestarem na altura da primavera (devido aos
pólenes), nas estações do outono e inverno, as pessoas também são afectadas
pelas alergias, sendo na maioria causadas pelos ácaros presentes nas casas e
são igualmente incomodativas. As alergias que surgem nestas alturas provocam no
organismo vários sintomas que se caracterizam por espirros (ao acordar e vários
de seguida), congestão ou corrimento nasal, dor de cabeça e olhos
lacrimejantes. As alergias desenvolvem-se devido:
- a história familiar de alergias, a
probabilidade é de 5% a 15% se nenhum dos pais for alérgico, 20% a 40%
caso um dos pais seja alérgico,
se ambos os pais forem alérgicos, 40
a 60% e 80% se ambos os pais sofrerem
da mesma doença alérgica;
- factores
sociais e ambientais, as
alterações do meio ambiente e dos estilos de vida, a urbanização crescente, a poluição, o
tabagismo activo ou passivo e as alterações dos
hábitos alimentares são factores que promovem o desenvolvimento de alergias;
- higiene
e/ou protecção em excesso, a diminuição de exposição a agentes patogénicos
externos durante a infância é em larga medida responsável pelo desenvolvimento
de um sistema imunitário pronto a atacar os patogénicos comuns da vida
quotidiana.
O tratamento e medidas de prevenção
das alergias varia em função das características individuais de cada pessoa. A
nível do tratamento, em caso de crise alérgica, recorre-se a fármacos
(broncodilatadores e/ou anti-histamínicos) com o intuito da melhoria dos
sintomas. As vacinas antialérgicas têm o objetivo que o individuo se possa
tornar tolerante à presença do alergénio e não reaja de forma a causar
sintomatologia. No entanto, torna-se fundamental a prevenção do contacto com os
agentes alergénios e os cuidados a ter baseiam-se em medidas para evitar a
exposição aos mesmos:
- manter um arejamento e
ventilação adequadas;
-
evitar alcatifas e carpetes;
- utilizar colchões recentes;
- colocar coberturas anti ácaros
nos colchões e almofadas;
- utilizar lençóis de algodão;
-
lavar a roupa da cama com água a temperaturas superiores a 50ºC;
- remover do quarto objectos
que acumulem pó;
- usar aspirador com filtro de
alta eficiência;
-
controlar a humidade relativa em valor inferior a 50%;
-
evitar fumo de tabaco activo e passivo.
A
diminuição dos sintomas de alergia e das próprias crises podem deixar de ser um
problema que afecta de forma significativa a vida dos indivíduos. Recorrendo às
medidas de prevenção e conhecimento dos factores que as podem desencadear, as
alergias podem na mesma manter-se para toda a vida, mas conviver sem que nos
aborreçam.
Unidade Cuidados na Comunidade Maria Dias Ferreira