AMOR QUE É AMOR NÃO DÓI…

AMOR QUE É AMOR NÃO DÓI…

Ter um/a namorado/a pode ser um acontecimento verdadeiramente excitante, mas também um pouco assustador… Poderão surgir dúvidas tais como: “será que ele/ela gosta mesmo de mim?”, “será que vamos ficar juntos para sempre?”, “será que devo confiar nele/a?”; “e se ele/a quiser ter relações sexuais? Devo ceder? Até quando esperar?”, “como resolver conflitos e discussões?”…


Este tipo de dúvidas são naturais e importantes para sermos capazes de avaliar a “saúde” da nossa relação. Devemos conseguir ver, ouvir e perceber o que se está a sentir para fazer esta avaliação.
Numa relação saudável… vê-se risos, demonstrações de afecto e carinho, o casal a divertir-se e a apoiar-se mutuamente, a tratar-se com respeito, a fazer coisas em conjunto e também em separado e a conviver com os seus amigos. Ouvem-se risos, comentários positivos e de suporte e elogios. E sente-se alegria, confiança, respeito, independência, carinho, apoio, satisfação e realização.
Por outro lado numa relação não saudável observamos um dos elementos do casal assustado ou com receio de fazer algo que o outro não goste, discussões, reacções ciumentas e despropositadas, violência, ausência de respeito ou afeto, controlo sobre o que o outro faz, onde e com quem, há um afastamento dos amigos e dependência mutua. Ouvem-se várias vezes discussões, choro, insultos e queixas. Sente-se vazio, receio, tristeza, desespero, raiva, culpa, solidão, mágoa e insatisfação.
Identificar semelhanças entre a nossa relação e o descrito como “relação não saudável” pode indicar que estamos a viver uma situação de violência no namoro, e se calhar nem nos apercebemos.
Violência no namoro define-se como um ato de violência, pontual ou contínua, cometida por um dos parceiros numa relação de namoro, com o objetivo de controlar, dominar e ter mais poder do que a outra pessoa envolvida na relação.  Refere-se a violência física, sexual, verbal, psicológica ou social. Todas estas formas têm o objetivo de magoar, humilhar, controlar e assustar.
Ser vítima de violência por parte de uma pessoa que escolhemos para ser nosso/a namorado/a é sempre uma experiência complicada de resolver e de ultrapassar. Pois apesar de muito mal que o outro nos faça sentir surge, muitas vezes, o medo de ficar-se sozinho, a vergonha de contar o que se está a passar e a esperança que ele/ela mude “pois o comportamento dele é por causa do ciúme e pelo facto de gostar de nós”.
Mas a violência nunca é uma forma de expressar amor. Os ciúmes não justificam comportamentos violentos. E se fores vítima de violência no namoro é importante saberes que não és culpado/a pelo que te aconteceu ou está a acontecer, e é possível ultrapassar a situação.
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), divulgou em 2016 o Violentómetro, cujo objectivo é identificar comportamentos violentos quotidianos, alertar sobre eles e evidenciar o risco a que se expõem mulheres e homens. Tem uma forma de régua no qual se visualizam manifestações implícitas e explicitas de violência, algumas delas tornadas naturais no quotidiano e na sociedade.
Para comemorar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres (25 de Novembro), Equipa de Saúde Escolar e escola Pedro Ferreiro comemoram Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres com um concurso de pósteres criados pelos jovens do 10ºB e 11ºA, sobre alguns dos tópicos do Violentómetro. Estes estarão expostos na escola durante a corrente semana para quem os queira apreciar.

                              Exposição dos pósteres comemorativos na Escola Pedro Ferreiro

Unidade de Cuidados na Comunidade Maria Dias Ferreira
Enfª Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica Sandra Costa