Em poucos anos Ferreira do Zêzere modificou-se.
Da próxima vez que visitar o Convento de Cristo observe bem a madeira dos castanheiros de Ferreira do Zêzere.
A sua paisagem era repleta de castanheiros. As imensas áreas de soutos apoiavam economicamente os agricultores da nossa região, quer através do seu fruto, quer da sua famosa madeira.
Mas de um momento para o outro,, com as obras do Convento de Cristo e com a abundância e qualidade da matéria-prima existente na região, Ferreira do Zêzere perdeu quase por completo os seus valiosos castanheiros.
Veja o que escreve a propósito António Baião no seu livro "A vila e concelho de Ferreira do Zêzere".
Na reforma da Ordem de Cristo, D. João III mandou que se fizessem obras de ampliação do Convento de Cristo. A 30 de Junho de 1533 foi assinado contrato com João de Castinho que iria liderar as obras de reconstrução.
A 5 de julho de 1536 Fr. António de Lisboa, João de Castilho e o carpinteiro Francisco começaram a comprar madeira no Termo de Dornes.
Começou nesse ano a transformação total do concelho de Ferreira do Zêzere, principalmente da mata de Dornes.
Veja-se a quantidade de castanheiros comprados:
Em Dornes:
640 paus a António Pires a 60 reaes o pau
341 paus a Alvaro Vaz a 35 reaes o pau
244 paus a Affonço Gonçalves a cerca de 38 reaes
341 paus a João Dias
152 a Pero Luis
240 a Brás Martins
292 a Francisco Pires
966 paus a Francisco Fernandes do Carril a 50 reaes o pau…