Domingo

O Evangelho de hoje descreve-nos o episódio de «multiplicação dos pães» (Jo. 6, 1-15), referindo-se a «um rapazito», sem nome e que terá sido o primeiro e o único a compreender a catequese de Jesus, dispondo-se, por isso, a repartir os pães e os peixes que levara consigo.
Com a multiplicação dos pães, Jesus quis dar à multidão um sinal da proximidade amiga de Deus que deseja estabelecer uma relação de amor com os homens. Um relacionamento fortificante e alimentador da existência, como, outrora, com o maná no deserto.
Jesus, queremos aprender, com o «rapazito» dos cinco pães de cevada e dos dois pequenos peixes a compartilhar os dons da nossa vida, pondo em comum tudo o que possuímos.
Nós sabemos que, no seu Evangelho, o Senhor não nos promete bens materiais. Sabemos que tudo devemos a Deus Criador e Providencial. Não nos foi dada nenhuma garantia de que Jesus operará milagres quando entramos em crise de carestia de bens ou carências na saúde ou nos negócios, ou quando queremos modificar-nos. O que nos pede é uma amizade com Deus semelhante à de Deus connosco: desinteressada e altruísta, buscando o bem do outro.
Pedimos-Te Senhor, para não amarmos com reservas, escondendo o que temos ou somos capazes de fazer. Nestes tempos difíceis que vivemos, ajuda-nos a abrir a “lancheira” da nossa vida e a pormos em comum com os outros o melhor de nós mesmos, pois só juntos e na verdade faremos com que o pão se multiplique e chegue para todos.


Pe. Senra Coelho (www.rr.pt)