SITUAÇÃO
A mudança da situação
meteorológica a partir de dia 1 de agosto, com o estabelecimento de um anticiclone
sobre a Península Ibérica e o surgimento de um fluxo do quadrante leste, irá
originar aumento significativo da temperatura e a descida da humidade relativa
em Portugal continental.
Para 2 e 3 de agosto prevêem-se
temperaturas máximas de 35ºC na generalidade do território, com valores
superiores a 40ºC no Alentejo, Vale do Tejo e Beira Baixa, podendo mesmo
registar-se temperaturas de 45ºC nalguns locais.
As temperaturas mínimas
acompanham esta subida, prevendo-se “noites tropicais” com temperaturas acima
dos 20ºC, podendo mesmo ser superiores a 25ºC nalguns locais, em particular na
noite de 2 para 3 de agosto.
Os valores da humidade
relativa manter-se-ão sempre muito baixos durante o dia, videnciando muito
fraca recuperação a partir da noite de 1 para 2 de agosto.
Estão reunidas condições
para a ocorrência de situações de instabilidade atmosférica, sendo estas mais
prováveis a partir da tarde de 2 de agosto.
Esta situação meteorológica, de tempo muito quente e seco, deverá
persistir pelo menos até dia 5 de agosto.
EFEITOS
EXPECTÁVEIS
Estas condições configuram
a ocorrência de índices de risco de incêndio muito elevados na região do
Algarve e no interior Norte e Centro e elevados/muito elevados no baixo
Alentejo, com agravamento previsto nas próximas 48 horas para o sotavento
algarvio, esperando-se o aumento gradual do número de concelhos com risco
máximo.
No domingo (5 agosto)
prevê-se que ocorra o agravamento destes índices no interior Norte e Centro,
com um número mais elevado de concelhos a apresentarem risco muito elevado (em especial
a região de Trás-os-Montes, podendo existir concelhos em que seja atingido o
risco máximo).
Em função da previsão da
evolução das condições meteorológicas esperam-se condições favoráveis à
eventual ocorrência e propagação de incêndios rurais
Além disso, a exposição ao
calor intenso pode produzir efeitos negativos na saúde, sendo as crianças, os
doentes crónicos e as pessoas idosas particularmente vulneráveis.
MEDIDAS
PREVENTIVAS
A ANPC recorda que, de
acordo com as disposições legais em vigor, não é permitido:
- Realizar queimadas, fogueiras para recreio ou lazer, ou para confeção de alimentos;
- Utilizar equipamentos de queima e de combustão destinados à iluminação ou à confecção de alimentos;
- Queimar matos cortados e amontoados e qualquer tipo de sobrantes de exploração;
- Lançar balões com mecha acesa ou qualquer outro tipo de foguetes;
- Fumar ou fazer lume de qualquer tipo nos espaços florestais e vias que os circundem;
- Fumigar ou desinfestar apiários com fumigadores que não estejam equipados com dispositivos de retenção de faúlhas.
A ANPC recorda ainda
alguns cuidados a ter face às condições meteorológicas previstas, nomeadamente
quanto à realização de trabalhos agrícolas e florestais:
- Manter as máquinas e equipamentos limpos de óleos e poeiras
- Abastecer as máquinas a frio e em local com pouca vegetação;
- Ter cuidado com as faíscas durante o seu manuseamento, evitando a sua utilização nos períodos de maior calor.
A ANPC recomenda também a
adequação dos comportamentos e atitudes face à situação de perigo de incêndio
florestal, nomeadamente a adoção das medidas de prevenção e precaução adequadas,
observando-se as proibições em vigor e tomando-se especial atenção à evolução
do perigo de incêndio para os próximos dias, que se encontra disponível junto
dos sítios da internet da ANPC e do IPMA, junto dos Gabinetes Técnicos Florestais
das Câmaras Municipais e dos Corpos de Bombeiros.
Para se proteger dos
efeitos negativos do calor intenso na saúde mantenha-se informado, hidratado e
fresco, pelo que a DGS recomenda:
- · Procurar ambientes frescos (preferencialmente climatizados);
- · Evitar que o calor entre dentro das habitações; correr as persianas, ou portadas e mantenha o ar circulante dentro de casa; refrescar a habitação e evite ligar fornos.
- · Beber água ou sumos de fruta natural sem açúcar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- · Evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 17 horas.
- · Utilizar roupa solta (algodão), que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas e óculos de sol;
- · Utilizar protetor solar com fator > 30 e renovar a sua aplicação de 2 em 2 horas;
- · Escolher as horas de menor calor para viajar de carro.
- · Não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol, nem deixe os animais domésticos no carro;
- · Evitar atividades que exijam grandes esforços físicos;
- · Dar atenção especial a grupos mais vulneráveis ao calor, tais como: Crianças; Idosos; Doentes crónicos; Grávidas; Pessoas com mobilidade reduzida; Trabalhadores com atividade no exterior; Pessoas isoladas;
- · Ofereça água aos recém-nascidos, crianças, pessoas idosas e pessoas doentes porque podem não manifestar sede;
- · Os doentes crónicos ou sujeitos a medicação e/ou dietas específicas devem seguir as recomendações do médico assistente;
- · As crianças com menos de seis meses não devem ser sujeitas a exposição solar, devendo evitar-se a exposição direta de crianças com menos de três anos (usar roupa e protector solar >50).
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In: AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO CIVIL