GENTES E TRADIÇÕES

Fritelma do Sr. Valdemar

A Fritelma, existe em Ferreira do Zêzere desde 1976, é uma das mais antigas lojas da vila em atividade.


O seu proprietário é o senhor Valdemar Alcobia, conhecido de todos os Ferreirenses, tantos são já os anos de contacto com o negócio. Primeiro na decoração e aos poucos com os eletrodomésticos e as tecnologias.
Atualmente na Praça Pedro Ferreira, junto ao mercado municipal, para além dos móveis, decoração e eletrodomésticos, nesta loja há muitas outras relíquias, como uma simples lâmpada para o fox quadrado. Lembra-se?


O senhor Valdemar e a sua esposa, a Professora Teresa Alcobia, esperam por si neste Natal.
Diga sim ao comércio tradicional.
Ajude Ferreira do Zêzere.





Os Maios de Ferreira do Zêzere


A tradição remonta ao tempo dos Celtas, em que as danças e rituais eram concebidos, para proteger o gado, as colheitas e as pessoas.
Na noite de 30 de Abril, acendiam-se fogueiras nas colinas e passeava-se o gado à volta dessas fogueiras. As pessoas bailavam as danças da fertilidade para assegurar uma boa saúde e colheitas abundantes, saltando alegremente por cima das fogueiras.
As portas e janelas das casas eram decoradas com as flores amarelas de Maio, e em certos locais da Irlanda, as pessoas faziam o arbusto de Maio, que era um arbusto de espinhos, decorado com flores, laços e conchas. Visitavam também as fontes e os poços sagrados.
O costume de Beltaine, é o da fertilidade, quando a terra de novo aquecida pelo sol da primavera, acorda do longo inverno e torna a pulsar de vida.
Em Portugal esse costume foi em parte adoptado, com a decoração de cruzes e outras estruturas de madeira, que são decoradas com as giestas dos campos e outras flores de Maio como os jarros brancos e lindas rosas.
Então na véspera, dia 30 de Abril, são feitas os arranjos com as flores acabadas de colher, e no dia seguinte, 1 de Maio, mesmo antes do nascer do sol, essas decorações são colocadas nos campos já semeados, para que as colheitas sejam férteis. 
(recolha R.A)      









Srª Maria Luísa recorda a levada da Cabrieira 
para a Pombeira

Também em Ferreira do Zêzere os agricultores davam a volta à natureza transpondo vales e serras. O objetivo era fazer chegar a preciosa água às suas terras, aproveitavam-se todos os recursos disponíveis. Por todo o Zêzere eram inúmeras represas e as azenhas que puxavam a água para onde era necessária aproveitando também a sua força para moer os cereais. 
Por estes dias, na inauguração do Trilho da Pombeira, o Região do Zêzere falou com a senhora Maria Luísa que explicou como se trazia água desde a Cabrieira até à Pombeira.
Obrigado.






Sr. Aires - o relojoeiro 

O Sr. Aires é mais uma figura carismática de Ferreira do Zêzere. 


É mais um ferreirense que desempenha uma função fundamental na nossa vida. Faz com que andemos certos com o tempo, concerta relógios de todas as marcas e feitios à mais de 50 anos.
A sua simpatia é natural.
A sua loja e oficina é um autêntico museu. 
Localiza-se bem no centro da vila, na travessa do fundador e é aqui que passa mais de 8 horas por dia com os problemas mecânicos e minúsculos que só é possível concertar com a ajuda de pequenas ferramentas e de um óculo que lhe amplia a visão. 
O Sr. Aires confessa que os relógios são a sua paixão.






Loja da D. Ema

A loja da D. Ema Curado e do Sr. Manuel Simões existe em Ferreira do Zêzere há cerca de 40 anos. O negócio de família sempre foram as tradicionais loiças de barro, mas com o tempo outras peças e utensílios para a casa foram ocupando lugar na loja tradicional da D. Ema.
Hoje ainda tem peças tradicionais de barro, mas suas clientes e as turistas sabem que neste espaço também encontram as mais finas peças de porcelana e estanho.
A loja da D. Ema fica junto ao jardim de Ferreira do Zêzere.






Adélia Bimbas, a vendedora de café 

Adélia Silva Bimbas é mais uma figura carismática de Ferreira do Zêzere. Embora tenha nascido no concelho de Tomar, está connosco há mais de 50 anos. Foi casada com o Sr. Peixoto, um ilustre comerciante que escolheu Ferreira do Zêzere para viver e para trabalhar. 
Na taberna do Senhor Peixoto e da D. Adélia foram moídos muitos milhares de quilos de café de qualidade superior  que eram vendidos para todo o concelho e região.
Aqui mostramos moinho original feito de propósito para a Casa Peixoto.



Desde que o Sr. Peixoto faleceu há já mais de 20 anos que também encerrou as portas o seu estabelecimento, mas para nossa sorte, permanece intacto. Assim podemos avivar a nossa memória.
A D. Adélia faz-nos uma visita guiada. 
Prepare-se para uma viagem no tempo.





Parabéns à D. Adélia Bimbas que pela sua simpatia e dedicação a várias coletividades do concelho toda a gente a conhece e reconhece mérito. Em breve faz 80 anos, mas continua empenhada nos seus versos, nas marchas populares, no Grupo de Teatro da Frazoeira.


Conheça toda a história da Casa Peixoto neste vídeo:




D. Luísa "da loja"

A D. Luísa é a proprietária mais antida da vila de Ferreira do Zêzere. A sua loja está junto ao jardim e desde há 38 anos que atende os seus clientes com simpatia e profissionalismo.
A loja da D. Luísa já foi mercearia, onde se destacou o bacalhau, mas presentemente o seu negócio é uma retrosaria onde se destacam as linhas, os botões, lãs e tecidos de hoje e de outros tempos, porque nos nossos dias o antigo (hoje chamado de vintage) voltou a estar na moda.
Neste novo ano que agora começa, a D. Luísa falou do passado, mas também dos desafios do presente, como a nova crise ou a faturação eletrónica.
Uma coisa é certa. Perante os desafios, nunca se baixam os braços.










João Roberto, vendedor de gelados e castanhas









Foi na Festa de Quinta-Feira da Ascensão de Areias, Quinta Feira da Espiga, que o Sr. João Roberto vendeu o primeiro gelado a 50 centavos e contou ao Região do Zêzere como começou o negócio. Vídeo registado em 2013.
PARABÉNS!





Versos para o Ti João

No dia nove de maio
Quase seis décadas já lá vão
Já se comiam gelados
Vendidos pelo senhor João.

O senhor João Roberto
Foi uma pessoa sem medo
Fez sempre gelados bons
Mas qual será o segredo?

É produto artesanal
E que tem vários sabores
Para meninos e meninas
Pra poetas e doutores.

Também vendia tremoços
Cozidos e demolhados
Mas ficou mais conhecido
Pelas castanhas e gelados.

No Verão vende gelados
No Outono castanhas assadas
Quentes e boas diz ele
Com água-pé bem regadas.

Também foi um operário
Doutras artes sim senhor
Todo o trabalho é digno
Sendo feito com valor.

Venha lá esse gelado
Tirado mesmo do fundo
O gelado do senhor João
É o melhor deste mundo.

E quando o calor aperta
Naqueles dias de Verão
A criançada em fila
“um gelado senhor João”.

Senhor Roberto diz a sorrir
Querem gelados à maneira
Venham cá ao pé de mim
Não esquecendo a carteira.

Quero um gelado bem quente
Eu estou cheio de pressa
Tio João responde logo
O que tu queres é conversa.

Está brincando comigo
Segue lá o teu caminho
Mas como sou bom rapaz
Toma lá um geladinho.

Também te dava a castanha
Mas só a vendo gelada
Isto anda tudo ao contrário
Eu já não percebo nada.

Lá vai fazendo pela vida
Que já é um pouco alta
Mas quando ele falhar
Ainda vai fazer falta.

É um grande Ferreirense
Que teve artes tamanhas
Muita saúde, um abraço
Para o João das castanhas.


Adélia Bimbas, 9 de Maio de 2013