É tradição nos corredores da
política fazer um ponto de situação aos cem de exercício de um determinado
cargo. Ora, aqui faço o meu.
Ser vereador força-nos,
constantemente, a estar focado nas dinâmicas do Concelho, pois temos uma maior
possibilidade de intervir, fruto das reuniões quinzenais e até da exposição
maior na imprensa.
A aprendizagem é grande por isso.
Pela constância de estudo das várias matérias. Não é que não estivesse já por
dentro, com 12 anos de Assembleia Municipal, mais toda a exigência e preparação
da campanha autárquica e do programa eleitoral, deram-me um domínio muito
aceitável das questões do Município. Parece-me que isso ficou claro para vós
nesta campanha que passou.
A minha vida tem sido feita de
desafios, que exigem tempo. E ser-se vereador exige muito tempo. Tempo para
estudar as matérias, para preparar intervenções, para andar no terreno, para
ter uma acção política próxima das pessoas. Tudo coisas que procuro fazer e que
quererei fazer com força maior. Não é de todo fácil alinhavar a agenda horária
para que esse trabalho decorra com a exigência e preparação devida. Uma coisa é
ser-se vereador a tempo inteiro, outra é termos a nossa vida profissional e
despender daí tempo para exercer o mandato de vereador de oposição. Mas sim,
estou muito grato por poder desempenhar este lugar. Desfruto muito.
Não podia falar da vereação sem
falar no Orlando Patrício, amigo que me acompanha. Pessoa mais organizada que
conheço, atento, perspicaz e conhecedor. Ter alguém assim comigo dá-me uma
segurança grande no que toca às nossas tomadas de posição. E juntar a isto a
amizade e a camaradagem verdadeira, é gratificante. Lutar com os nossos, por
iguais ideais, é muito recompensador.
Estamos em minoria. Há até
assuntos sujeitos a votação que considero ingratos e que não têm justificação.
Um exemplo que constantemente vai a reunião de Câmara é a rearborização das
zonas ardidas. A Câmara Municipal dá um parecer (positivo ou negativo) ao Instituto
de Conservação da Natureza e Florestas, mas esse parecer não é vinculativo.
Votamos, para nada. E há outros temas, como alguns casos de intenção de
indeferimento de obras, que trarei numa próxima oportunidade.
Relativamente à gestão camarária,
está no sentido daquilo que fui dizendo na campanha eleitoral: continua a
faltar um projecto de fundo para o concelho; falta um caminho claro, uma luta
incessante em busca de investimento e empresas; falta um aproveitamento máximo
dos recursos, seja no rio, seja numa start-up, seja numa incubadora, seja no
apoio mais próximo aos nossos empresários; falta uma velocidade maior; falta
uma dedicação extrema. Modos e estares diferentes, que embora não concorde,
respeito.
Sinto que só se faz a gestão
corrente e isso causa-me desconforto. Procurarei lutar para que se faça mais,
para que se escrutine mais e se force este executivo a passar para outro
patamar de velocidade. Com respeito e com o espírito democrático de quem quer o
melhor para Ferreira do Zêzere.
Bruno
Gomes
Vereador
do Partido Socialista
bruno_gomes@sapo.pt