Domingo

No Evangelho de hoje, os habitantes de Nazaré passam do orgulho por aquele filho da terra, para a irritação e rejeição provocadas pelas suas palavras, e Jesus diz-lhes: “Nenhum profeta é bem recebido na sua terra”. 
Como os habitantes de Nazaré, também nós, deitamos fora os profetas e dissipamos os sinais de Deus. Exigimos sinais espetaculares e prodígios imediatos e exóticos. Insistimos em não ler os sinais dos tempos e recusamos os profetas de hoje. Porém, Deus não desiste de visitar as nossas Nazarés e nós ficamos escandalizados quando vemos que o Evangelho está confiado a tantas mãos frágeis e vidas de barro. 
Deus é livre, contraria os nossos egoísmos, não se deixa bloquear nem encaixilhar em estruturas meramente humanas. Ele segue estradas inusuais, caminhos imprevistos, a sua pátria é o mundo e o seu reino, o outro, é sempre a terra prometida. Toda a Sua potência manifestou-se na impotência da Cruz.
Senhor, não me deixes cair na rotina de um conhecer superficial, essa rotina, arrefece o fogo da fé e a beleza do mistério. Dá-me um coração vazio de palavras feitas para poder acolher a tua surpresa. Vem senhor.
D. Francisco Senra Coelho
In:Rádio Renascença