Domingo

I DOMINGO DO ADVENTO


O que vos digo a vós, digo a todos: vigiai!

A Palavra deste domingo...
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tomai cuidado, vigiai, pois não sabeis quando chegará esse momento. 
É como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, delegou a autoridade nos seus servos, atribuiu a cada um a sua tarefa e ordenou ao porteiro que vigiasse. 
Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar o galo, se de manhãzinha; 
não seja que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. 
O que vos digo a vós, digo a todos: vigiai!»
Mt 13,33-37
A palavra da Igreja…
Eis que chegou para nós, irmãos muito caros, o tempo em que devemos «cantar o amor e a justiça; para ti, Senhor» (Sl 100,1). É o advento do Senhor, a vinda do Mestre todo-poderoso, d'Aquele que é, que era e que há-de vir (Ap 1,8). Mas como e onde há-de vir; como e onde vem? Não disse Ele: «Porventura não sou Eu que encho o céu e a terra?» (Jr 23,24) Como virá então ao céu e à terra Aquele que enche o céu e a terra? Escuta o Evangelho: «Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não O reconheceu». (Jo 1,10). Ele estava, pois, simultaneamente presente e ausente; presente pois estava no mundo; ausente porque o mundo não O conheceu. [...] Como não estaria distante Aquele que não era reconhecido, em Quem não se acreditava, que não era venerado, que não era amado? [...]


Ele vem, pois, para conhecermos Aquele que não foi reconhecido; para acreditarmos n'Aquele em Quem não se acreditava; para venerarmos Aquele que não foi venerado; para amarmos Aquele que não era amado. Aquele que estava presente pela Sua natureza vem na Sua misericórdia. [...] Pensai um pouco em Deus e vede o que representa para Ele abdicar de tão grande poderio, como Se humilha tão grande poder, como Se fragiliza tão grande força, como Se torna insensata tão grande sabedoria. Será por dever de justiça para com o homem? Certamente que não! [...]

Na verdade, Senhor, não foi a minha justiça, mas a Tua misericórdia, que Te guiou; não foi a Tua indigência, mas a minha necessidade. Efectivamente, Tu disseste: «a Sua fidelidade é eterna como o céu» (Sl 88,3). E assim é, porque a miséria abundava sobre a terra. Eis porque «cantarei, Senhor, a misericórdia» que manifestaste aquando da Tua vinda. [...] Quando Te mostraste humilde na Tua humanidade, poderoso nos Teus milagres, forte contra a tirania dos demónios, indulgente no acolhimento dos pecadores, tudo isso proveio da Tua profunda bondade. Eis porque «cantarei, Senhor, a misericórdia» que manifestaste aquando da Tua primeira vinda. E merecidamente, pois «Senhor, a terra está cheia da Tua bondade» (Sl 118,64).

Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense

Sermão para o Advento


A Palavra faz-se oração…
Ao iniciarmos esta escola do desejo que é o Advento – desejo da vida divina em nós – contemplamos o caminho de humildade de Jesus que começa na manjedoura de Belém e culminará na Cruz de Jerusalém. Importa por isso, no início deste Advento, contemplar o grande mistério da misericórdia do Bom Deus: entregamos-lhe a nossa miséria e ele fá-la experimentar a Sua misericórdia. Rezemos como os cristãos dos primeiro século:

Tende entre vós os mesmos sentimentos, que estão em Cristo Jesus:

Ele, que é de condição divina,
não considerou como uma usurpação ser igual a Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo,
tomando a condição de servo.
Tornando-se semelhante aos homens
e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,
rebaixou-se a si mesmo,
tornando-se obediente até à morte
e morte de cruz.


Fil 2, 5-8

Contemplar a Palavra…
Continuamos com os clips de Dan Stevers, web designer cristão. Desta feita, vemos um clip que nos fala do autêntico Natal, não dessa “versão” que nos vendem nas televisões. Ao abrirmos os olhos para todo o ruído com que nos procuram eludir, surge o compromisso e a interpelação: “Que posso fazer para mostrar ao meu próximo (família, trabalho, escola, etc.) o verdadeiro e único sentido do Natal?”
Diácono Francisco Claro